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Dados do Caged apontam para o saldo positivo de 78.207 postos com carteira assinada para a faixa etária no primeiro semestre

A atual crise causada pela pandemia do novo coronavírus ocasionou no corte de quase 1,2 milhão de postos de trabalho com carteira assinada nos primeiros seis meses de 2020. Na contramão do cenário nacional, os profissionais com menos de 17 anos foram os únicos mais contratados do que demitidos no período.

De acordo com dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), foram abertas 78.207 vagas de trabalho formais para pessoas com até 17 anos entre janeiro e junho. O resultado é fruto de 178.674 admissões e 100.467 desligamentos.

Para Samuel Durso, professor de economia da Fipecafi, a abertura de vagas formais à população mais jovem é reflexo do tipo de emprego criado pelo mercado de trabalho em momentos de crise. “Esses profissionais atuam em áreas mais fáceis para você demitir e depois recontratar”, afirma Durso.

A maior parte das vagas destinadas aos mais jovens foi criada para atividades administrativas (29.831), na produção e serviços industriais (21.271) e para vendedores (11.829), totalizando 80% dos postos.

As contratações também apareceram para profissionais de serviços de reparação e manutenção (6.129), técnicos de ensino médio (4.642) e trabalhadores de funções agropecuárias (3.354). Os demais postos foram concentrados nas áreas de ciências e das artes e em órgãos superiores do poder público.

Rodolpho Tobler, economista do Ibre/FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), destaca que o cenário é fruto do impacto do novo coronavírus no ambiente de negócios.

“Essa mão-de-obra mais barata e menos qualificada pode estar sendo adotada para cobrir as necessidades das empresas neste momento de pandemia”, avalia Tobler. Ele lembra que muitos patrões precisaram encontrar alternativas ao aderir ao programa de redução de jornadas.

Em junho, o salário médio de admissão pago para as contratações dos menores de 17 anos foi de R$ 1.273,77. O valor é 25% inferior à média nacional (R$ 1.696,22) e 7% menor do que aquele pago aos mesmos profissionais no mês de janeiro (R$ 1.368,30).

Demais idades

O maior corte de vagas foi verificado entre os profissionais com idade entre 30 e 39 anos (-388.110 postos). Na sequência, aparecem as faixas entre 50 e 64 anos (-295.253) e de 40 a 49 anos (-263.351).

Os dados permitem dizer que 79% dos cortes nos primeiros seis meses de 2020 afetaram os profissionais com idades entre 30 e 64 anos.

Segundo Durso, o percentual é compreensível por se tratar de grupo “muito grande e representativo da força de trabalho”, o que ocasiona em impactos maiores a esses profissionais geralmente mais qualificados.

“O mercado dentro do momento atípico em que estamos vivendo tende a não criar vagas que são mais caras. É muito difícil uma empresa investir em uma área sem saber até quando ela vai ter o retorno”, explica o professor da Fipecafi.

Também foram registradas mais demissões do que admissões entre os profissionais entre 25 e 29 anos (-212.409), 18 e 24 (-212.409) e mais de 65 (-51.491). Os números totalizam 1.276.570 de postos fechados para maiores de 17 anos entre janeiro e junho.

Categorias: Notícias

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